O Trem tem Trilho
Por Turra Ossau/Soaroir
Uma história baseada em uma professora de cabelos vermelhos - São Paulo,1999.
O TREM TEM TRILHO
(som de trem):
O trem tem trilho
O trem tem trilho
o trem tem trilho
o trem tem trilho
o trem tem trilho
o trem tem trilho
o trem tem trilho
o trem tem trilho
o trem tem trilho
Bufa-bufa era um trem muito elegante. Esguio, alegre e muito veloz. Ele estava sempre com pressa. Nunca tinha paciência para esperar alguém e nem mesmo ouvir até o fim o que os passageiros tentavam dizer.
Era um dia de mês qualquer, sim porque Bufa-bufa nunca sabia que dia era. Naquele dia sem dia, Bufa-bufa acordou bem cedinho, como fazia todos os dias, colocou sua roupa especial, arrumou sua sacola de ferramentas e saiu correndo.
-Bufa-búúúúfa!-apitou a senhora Bufona - Você esqueceu sua comiiida!
Mas Bufa-bufa nem estava aí.
-Já tomei um grande café da manhã e não vou mais sentir fome hoje -respondeu ele com aquele apito estridente.
Ao chegar na central de trens,
Bufa-bufa estava meio ofegante, mas cheio de energia e se sentindo o trem mais certinho de toda a estação. Finalmente entrou na Central radiante. Apitou bem alto para todos, soltou baforadas a todo vapor, fez de tudo para ser notado.
Mas foi o contrário do que Bufa-bufa queria causar que aconteceu. Tanto os passageiros como os outros trens olhavam para ele de um jeito seco, por cima da lataria, assim de cochichos entre eles.
O chefe da Central então nem se fala. Ele que tinha uma barba vermelha ficava mais vermelho ainda. Olhou de rabo de olho, fingiu que nem viu que Bufa-bufa entrar na Central.
O coitado do Bufa-bufa estava desolado (triste).
- Que foi que eu fiz???- pensou
Bufa - bufa - Por que ninguém quer ser meu amigo??Puxa vida, eu fiz tudo direitinho!!!Trouxe alegria pra Central dos Trens, acordei quem estava cochilando... Até usei um perfuminho antes de sair!! Por quê isso??
Mas Bufa-bufa não ficava muito tempo concentrado em coisa alguma.
- Ficar pensando porque eles... Esquece, esquece - pensou ele e continuou com seus apitos.
Finalmente bateu o sinal para que a viagem daquele dia começasse.
Todos os outros trens soltaram o freio de mansinho, checaram o trajeto do dia, deslizaram e foram embora cada um em seu devido desvio.
Bufa-bufa então com aquele seu jeito bonachão, espalhafatoso e desconcen-trado; não tinha sequer percebido que a hora já havia passado.
Eis que o chefe da Central de Trens, aquele vermelhão, chegou devagar-zinho e chacoalhou o Bufa-bufa que então seguiu a viagem.
Mas de vez em quando aquele sentimento de tristeza passava pela sua fornalha. Bufa-bufa era um trem a vapor embora fosse bem elétrico.
Mas ele fingia que não entendia, camuflava (disfarçava) o que às vezes sentia e continuava sem compreender porque as coisas saíam sempre contrárias ao que ele esperava. Porém ele seguia em frente.
É claro que ele era sempre o último que chegava de volta na Central para anotar o roteiro do dia seguinte, arrumar suas ferramentas e sair da Central no fim do dia. Às vezes até saia junto com os outros trens, mas com tudo bagunçado e pela metade.
- Depois eu arrumo - pensava. E lá ia apressado novamente.
E assim passavam os dias do
Bufa-bufa.
Voltava para estação onde ele morava com a dona Bufona, se lavava, se alimentava, brincava... mas tudo com a dona Bufona no pé dele.
No dia seguinte recomeçava tudo de novo.
E o tempo foi passando...
Um dia, o chefe da Central de Trens mandou chamar a dona Bufona ou o Sr. Bufo-bufo. O bilhete dizia: Eu preciso conversar com os senhores.
No dia em que o Bufa-bufa levou para a estação aquele bilhete, foi um dia muito triste para ele. Ele já chegou meio de faróis baixos, caldeira fria e nem soltava vapor. Apitar então, nem pensar!
- O que aconteceu??? - perguntou dona Bufona.
Mas Bufa-bufa nem respondeu e logo começou a sua correria.
No dia marcado, Dona Bufona lá foi.
Ela também estava triste e zangada. Afinal será que Bufa-bufa saiu dos trilhos?!? - pensou.
E lá estava o chefe Vermelhão com aquele ar de dono da Central de Trens e cheio de razão, pois o Bufa-bufa andava mais no ar do que nos trilhos.
Não deu outra. O Sr. Vermelhão reclamou, perguntou e deu as ordens.
- Bufa-bufa precisa andar nos trilhos - ordenou.
Triste, Dona Bufona voltou para estação onde moravam e conversou horas e horas com o filho.
Foi então que Bufa-bufa apitou:
- SABE MÃE, EU NÃO FAÇO NADA ERRADO!!!Não sei porquê tudo acontece errado! Eu não sei o que eu preciso fazer!!
- Vou chamar o Sr. Bufo-bufo - disse Dona Bufona.
- Pra quê – perguntou Bufa-bufa e ficou mais triste ainda - Você sabe que aquele Bufo-bufo nem está aí pra mim! Ele agora viaja por outros trilhos!
Mas Dona Bufona amava muito seu filho e passou a pensar na situação para descobrir uma forma de ajudar o Bufa-bufa.
E o tempo foi passando...
E Bufa-bufa continuava com aquele seu jeito apressado.
Um dia Dona Bufona foi até a Central de Trens e ficou escondidinha.
Lá ficou só olhando como o Bufa-bufa agia por lá.
De repente entra o Bufa-bufa apitando alto, soltando vapor pra todo lado e todo os outros concentrados e se preparando para começar uma nova viagem. Não estavam nem aí pra ele.
Finalmente Bufa-bufa é chacoalhado e se prepara para seguir viagem quando Dona Bufona aparece e descobre que todo o problema era só um. Bufa-bufa nem saia do lugar. Ele não estava indo a lugar nenhum e nem percebia que trem tem trilho.
Agora ele repete todos os dias antes de sair para a Central de Trens:
(som do trem):
O Trem tem Trilho
O Trem tem Trilho
O trem tem Trilho
O trem tem Trilho
O trem tem Trilho
O trem tem Trilho
O trem tem Trilho
O Trem tem Trilho
O Trem tem Trilho
Uma história baseada em uma professora de cabelos vermelhos - São Paulo,1999.
O TREM TEM TRILHO
(som de trem):
O trem tem trilho
O trem tem trilho
o trem tem trilho
o trem tem trilho
o trem tem trilho
o trem tem trilho
o trem tem trilho
o trem tem trilho
o trem tem trilho
Bufa-bufa era um trem muito elegante. Esguio, alegre e muito veloz. Ele estava sempre com pressa. Nunca tinha paciência para esperar alguém e nem mesmo ouvir até o fim o que os passageiros tentavam dizer.
Era um dia de mês qualquer, sim porque Bufa-bufa nunca sabia que dia era. Naquele dia sem dia, Bufa-bufa acordou bem cedinho, como fazia todos os dias, colocou sua roupa especial, arrumou sua sacola de ferramentas e saiu correndo.
-Bufa-búúúúfa!-apitou a senhora Bufona - Você esqueceu sua comiiida!
Mas Bufa-bufa nem estava aí.
-Já tomei um grande café da manhã e não vou mais sentir fome hoje -respondeu ele com aquele apito estridente.
Ao chegar na central de trens,
Bufa-bufa estava meio ofegante, mas cheio de energia e se sentindo o trem mais certinho de toda a estação. Finalmente entrou na Central radiante. Apitou bem alto para todos, soltou baforadas a todo vapor, fez de tudo para ser notado.
Mas foi o contrário do que Bufa-bufa queria causar que aconteceu. Tanto os passageiros como os outros trens olhavam para ele de um jeito seco, por cima da lataria, assim de cochichos entre eles.
O chefe da Central então nem se fala. Ele que tinha uma barba vermelha ficava mais vermelho ainda. Olhou de rabo de olho, fingiu que nem viu que Bufa-bufa entrar na Central.
O coitado do Bufa-bufa estava desolado (triste).
- Que foi que eu fiz???- pensou
Bufa - bufa - Por que ninguém quer ser meu amigo??Puxa vida, eu fiz tudo direitinho!!!Trouxe alegria pra Central dos Trens, acordei quem estava cochilando... Até usei um perfuminho antes de sair!! Por quê isso??
Mas Bufa-bufa não ficava muito tempo concentrado em coisa alguma.
- Ficar pensando porque eles... Esquece, esquece - pensou ele e continuou com seus apitos.
Finalmente bateu o sinal para que a viagem daquele dia começasse.
Todos os outros trens soltaram o freio de mansinho, checaram o trajeto do dia, deslizaram e foram embora cada um em seu devido desvio.
Bufa-bufa então com aquele seu jeito bonachão, espalhafatoso e desconcen-trado; não tinha sequer percebido que a hora já havia passado.
Eis que o chefe da Central de Trens, aquele vermelhão, chegou devagar-zinho e chacoalhou o Bufa-bufa que então seguiu a viagem.
Mas de vez em quando aquele sentimento de tristeza passava pela sua fornalha. Bufa-bufa era um trem a vapor embora fosse bem elétrico.
Mas ele fingia que não entendia, camuflava (disfarçava) o que às vezes sentia e continuava sem compreender porque as coisas saíam sempre contrárias ao que ele esperava. Porém ele seguia em frente.
É claro que ele era sempre o último que chegava de volta na Central para anotar o roteiro do dia seguinte, arrumar suas ferramentas e sair da Central no fim do dia. Às vezes até saia junto com os outros trens, mas com tudo bagunçado e pela metade.
- Depois eu arrumo - pensava. E lá ia apressado novamente.
E assim passavam os dias do
Bufa-bufa.
Voltava para estação onde ele morava com a dona Bufona, se lavava, se alimentava, brincava... mas tudo com a dona Bufona no pé dele.
No dia seguinte recomeçava tudo de novo.
E o tempo foi passando...
Um dia, o chefe da Central de Trens mandou chamar a dona Bufona ou o Sr. Bufo-bufo. O bilhete dizia: Eu preciso conversar com os senhores.
No dia em que o Bufa-bufa levou para a estação aquele bilhete, foi um dia muito triste para ele. Ele já chegou meio de faróis baixos, caldeira fria e nem soltava vapor. Apitar então, nem pensar!
- O que aconteceu??? - perguntou dona Bufona.
Mas Bufa-bufa nem respondeu e logo começou a sua correria.
No dia marcado, Dona Bufona lá foi.
Ela também estava triste e zangada. Afinal será que Bufa-bufa saiu dos trilhos?!? - pensou.
E lá estava o chefe Vermelhão com aquele ar de dono da Central de Trens e cheio de razão, pois o Bufa-bufa andava mais no ar do que nos trilhos.
Não deu outra. O Sr. Vermelhão reclamou, perguntou e deu as ordens.
- Bufa-bufa precisa andar nos trilhos - ordenou.
Triste, Dona Bufona voltou para estação onde moravam e conversou horas e horas com o filho.
Foi então que Bufa-bufa apitou:
- SABE MÃE, EU NÃO FAÇO NADA ERRADO!!!Não sei porquê tudo acontece errado! Eu não sei o que eu preciso fazer!!
- Vou chamar o Sr. Bufo-bufo - disse Dona Bufona.
- Pra quê – perguntou Bufa-bufa e ficou mais triste ainda - Você sabe que aquele Bufo-bufo nem está aí pra mim! Ele agora viaja por outros trilhos!
Mas Dona Bufona amava muito seu filho e passou a pensar na situação para descobrir uma forma de ajudar o Bufa-bufa.
E o tempo foi passando...
E Bufa-bufa continuava com aquele seu jeito apressado.
Um dia Dona Bufona foi até a Central de Trens e ficou escondidinha.
Lá ficou só olhando como o Bufa-bufa agia por lá.
De repente entra o Bufa-bufa apitando alto, soltando vapor pra todo lado e todo os outros concentrados e se preparando para começar uma nova viagem. Não estavam nem aí pra ele.
Finalmente Bufa-bufa é chacoalhado e se prepara para seguir viagem quando Dona Bufona aparece e descobre que todo o problema era só um. Bufa-bufa nem saia do lugar. Ele não estava indo a lugar nenhum e nem percebia que trem tem trilho.
Agora ele repete todos os dias antes de sair para a Central de Trens:
(som do trem):
O Trem tem Trilho
O Trem tem Trilho
O trem tem Trilho
O trem tem Trilho
O trem tem Trilho
O trem tem Trilho
O trem tem Trilho
O Trem tem Trilho
O Trem tem Trilho
Turra Ossau
Enviado por Turra Ossau em 22/12/2006
Código do texto: T325031
Código do texto: T325031
Valiosa opinião de quem escreve para crianças/reprodução:
ResponderExcluir20/10/2009 16:25 - Nilza Azzi
Eis aqui uma história bem contada, perfeita para agradar as crianças e todo poeta que se preze. Vejo aqui o conteúdo perfeito para um belo livro infantil... Parabéns!